A integridade dos cabos elétricos é um item de segurança primordial na instalação. Deve ser atestada ao término dos trabalhos de instalação e manutenção, mas também na investigação de problemas elétricos, como fuga de energia ou desarmes inesperados de disjuntores. Alguns sintomas que podem apontar problemas neste item são aumento consumo de energia, choques elétricos em superfícies metálicas, comportamento inadequado de equipamentos, atuação indevida da proteção, etc.

Dois importantes procedimentos utilizado para avaliar alguns quesitos a respeito da integridade dos cabos são os ENSAIO DE MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO e ENSAIO DE TENSÃO APLICADA, ambos previstos no item 7.3 da norma de instalações elétricas ABNT NBR 5410:2004.

Usualmente não costumamos realizar ensaios em cabos de baixa tensão, especialmente de bitola esbelta, mas existem casos de interesse em que podem ser interessantes e aplicáveis estes testes:

ENSAIO DE MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO

O ENSAIO DE MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO é abordado no item 7.3.3 da norma NBR 5410:2014. São descritos neste item da norma, as medições de interesse para este ensaio, cuidados para a execução e referências de valores de tensão e resistência de isolamento. Também, no item 7.3.1 da NBR 13248:2010 é apresentado modelo matemático para valores de resistência. Já na norma NBR 6813:1981 é abordado o método para a execução do ensaio. O instrumento utilizado para este ensaio é o megôhmetro. Este ensaio tem como objetivo avaliar a condição do isolamento dos condutores por meio de comparação da resistência medida (soma da resistência interna do condutor mais a resistência do isolamento) com valores de referência.

O valor medido da resistência de isolamento não é, por si só, determinante na definição do estado de conservação de cabos condutores. O motivo da necessidade de comparação é que o valor é sensível a diversas variáveis às que o cabo fica exposto: temperatura, umidade, sujeira nos terminais, erro dos instrumentos de medição. Duas formas de se avaliar a resistência de isolamento são: a) comparar a medição com valores de referência normatizados e; b) comparar a medição com valores de referência históricos realizados. Neste caso, atentar a comparações equivalentes, com mesmas referências, mesmo método. A observação de diferença significativa na medição pode ser um indicativo de deficiência em alguma parte do conjunto cabo/terminação.

Importante salientar que a resistência do isolamento deve ser medida com os acessórios montados no cabo (terminações e conectores). Um outro detalhe importante é que os valores medidos devem ser corrigidos para 20 ºC. Deste modo, na próxima medição, também corrigir para 20ºC, possibilitando a comparação.

ENSAIO DE TENSÃO APLICADA

O ENSAIO DE TENSÃO APLICADA é abordado no item 7.3.6 da norma e tem seu procedimento abordado no Anexo M. São descritos neste item da norma, somente a obrigatoriedade de execução deste ensaio e referência normativa de tensão suportada. O instrumento utilizado para este ensaio é o Hipot. Este ensaio tem como objetivo testar a capacidade de tensão que o isolamento suporta, garantindo sua integridade.

É necessário observar que este ensaio aplicado em instalações antigas pode causar o envelhecimento precoce e danos permanentes. Porém, este ensaio sendo aplicado preventivamente, reduz em muito os riscos de defeitos que poderiam ocorrer durante a utilização da instalação, transtorno e prejuízo. Por motivo de segurança, ao final do teste a tensão deve ser reduzida a a zero, e o cabo aterrado por período de tempo adequado. Este procedimento deve ser observado pois o cabo continua com tensão residual após a finalização dos testes.

IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

Também condutores de baixa tensão de circuitos importantes ou de valor significativo para as instalações devem ser monitorados, em especial seu isolamento. Atuar preventivamente, seja realizando ensaios para aceite técnico de serviços realizados, seja no acompanhamento das instalações por manutenção preventiva e preditiva, trás como benefícios a redução dos riscos de transtornos e perdas de tempo e dinheiro.

BIBLIOGRAFIA